Dormitório feminino;

- Bem... Vocês são aprendizes? - Precisava controlar os nervos, ou causaria um terremoto. Li o pensamento delas - Destiny, obrigada por me chamar de feliz. Eu estou realmente feliz. - suspirei, não conseguia ler a mente de Dakota direito - Sou feiticeira desde ontem. - Me sentei.

- Lógico que sim! - Olhei para Destiny - Sim, sou feiticeira. E espera um pouco, Dakota, só preciso pegar meu violão. - Ela me olhou estranho - Quando eu toco, causo terremotos. Meu elemento é a terra. Faz sentido pra você?

Olho mais uma vez para Destiny, analisando o que ela dizia. Seria um treinamento ótimo, três feiticeiras, a não ser pelo fato de que eu teria controlar a intensidade de meu fogo, sem contar que eu nem podia usá-lo.
- Aqui ou em outro lugar? Sinceramente, prefiro ir em um lugar mais aberto.

Congela.

Peguei meu violão, e balancei um pouco as cordas. Um terremoto monstruoso aconteceu, e eu parei de tocar. Que droga, toquei uma nota muito grave!
- Eu realmente preciso treinar um pouco, não quero criar terremotos toda vez que tocar meu violão. - Sorri para Dakota - Também prefiro lugares abertos, que tal o pátio?

Dakota continuava me bloqueando.

- Mmmmmmmmmm... Ok então... - Me senti completamente inútil, não conseguia ler a mente de Dakota.
Até que ela se descuidou, e tudo que ouvi foi "Alguém voltasse..."
- Como assim "Alguém voltasse"?
Ela não se assustou, apenas sorriu, um sorriso amigável.

- É, gosto... - Peguei meu violão, e toquei um pouco, sem prestar atenção no que fazia. Alguns pequenos terremotos surgiam. Percebi uma coisa - Dakota, acho que você virou minha unica amiga por aqui! Estranho né? Principalmente porque te conheço muito pouco...
Sua expressão ficou vazia, e algumas lágrimas caíram de seus olhos.
E então ela me atacou, sua expressão dura. Mas algumas lágrimas caíam de seus olhos, assim como dos meus.
O mais surpreendente é que eu me recusei a reagir, me recusei a machuca-la.
Podia a ter matado, mas não o fiz.
Simplesmente esperei a MINHA morte.

Então aconteceu.
Eu não estava viva, nem morta. E não estava brava com Dakota, estava preocupada. Ela devia estar com algum problema, por isso fez aquilo.
Sentiria um aperto no coração, se ainda sentisse o meu.

Se eu vi alguma coisa?
Não.
Se eu ouvi alguma coisa?
Não.
Se eu senti alguma coisa?
Não.
Se isso me agonizava?
Não.
A unica coisa realmente agonizante era não lembrar de nada.

Ouço um grito, e corro para o dormitório. Chego ali e vejo uma cena horrível: Maggie estava caída no chão, ensanguentada, enquanto uma outra garota tentava revivê-la.
Em vão, pensei, chorando.
Meu cabelo mudou de loiro para ruivo.
Mas ninguém percebeu.
Notei uma garota encolhida em um canto, olhava fixo para a cena e chorava, mas era sua unica reação.
- Posso saber o que a senhorita esta fazendo aí, Dakota? - Disse, porque percebi que ela não estava ajudando em nada.
Corri até Maggie e, apesar de saber que era em vão, tentei concentrar meu poder em minhas mãos, e passar para ela.
Junto com minha força vital.

Cheguei no dormitório, e vi Cassandra e uma outra mulher tentando reviver Maggie.
Eu caí para trás, depois saí correndo até ela e tentei fazer o que eu podia.
Eu sabia alguma coisa sobre primeiros socorros, e tentei estancar o sangramento.
Então ela acordou do nada, e a vi pegaro violão e sair correndo.
Ela era estranha.

Eu acordei naquele dia, sentindo falta da garotinha estranha.
E da amiguinha dela.
Em que tipo de problemas as duas teriam se metido?

Cheguei ali e vi uma garota. Me certifiquei de que minha maquiagem estava no lugar, não queria demonstrar que havia chorado.
Escolhi uma cama, e vi um colar com um diamante na ponta. Me lembrei do que minha madrasta tinha dito, e o peguei. Mas não coloquei no pescoço. Joguei dentro da mochila.
- Olá! Sou Beatrice, quem é você?

- Sou Melanie... Melanie Kent. - Vi Dakota chegar - Onde está sua amiga estranha? Não vejo ela a um bom tempo... - Percebi que tinha falado em voz alta e tapei a boca. Porque eu falei isso?

Quando percebi que a coisa ia ferver, me sentei na minha cama com o meu notebook e fiquei mexendo, como se não tivesse visto nada.
Caramba, aquilo ia esquentar muito.