Sala de aula 2;

Nesta sala de aula, não havia carteiras, nem lousa, nem nada. Apenas um grande espelho com flores, folhas e galhos de árvore, no lugar. Um portal.

Eu cheguei em uma porta, com o violão preso as costas, e entrei. Vi um grande espelho com varias folhas, galhos e flores.
Eu fui bem perto do espelho, e me encostei nele.
E caí. No chão. Gritando. Mas não era a sala.
Eu não sabia onde era.
E deixei meu colar cair na sala.

O garoto já se equipara com seu cantil cheio de água. Agora andava pelo colégio para entender a situação por total. Com leves passos se dirigia pelos corredores quando um grito ecoou pelas paredes. Ele correu, correu, e de repente em uma sala viu um espelho com flores, galhos e árvores. E uma menina que segurava um colar, observou atentamente e perguntou confuso.
-O que aconteceu? – disse fitando a menina.

Cheguei ali correndo, e perguntei para Dakota:
- O que aconteceu?
Ela me entregou o colar. E entendi tudo.

Ele virava-se ainda confuso para a outra garota que continuava com o colar em mãos. Aproximou-se e disse:
-Pode me explicar o que aconteceu? -respirou fundo e continuou olhando para o colar que tinha um pequeno e profundo tom negro, parecia ter se perdido do seu dono.

Comecei a chorar em silêncio, fitando o colar.
- Uma menina que conheci ontem caiu aí dentro, e não sei o que fazer. Quer dizer, talvez dê para... - Me assustei com a minha idéia. Era loucura. Mas porque não tentar?

A menina soluçava silenciosamente, ele não sabia o que fazer. Apertou o colar em suas mãos e sussurrou baixinho.
- Se acalme, vai da tudo certo... -disse até para consolar a si mesmo. Embora não conhecesse a garota que caiu no portal também estava nervoso, pois sabia como era a dor de uma perda.
- Só temos que pensar agora como salva-la- disse em um fio de voz.

Eu precisava fazer alguma coisa. Resolvi logo o que era certo.
- Precisamos entrar lá. Ou melhor, eu preciso. Não sei o que você vai fazer, mas ela está lá dentro e sem o colar, e eu vou entrar.
Comecei as caminhar para o portal. Em silêncio. A única coisa que se ouvia eram os meus soluços. Uma tartaruga andaria mais rápido que eu.

Segurei-a pelo braço antes mesmo que se aproximasse do portal. Dei uma volta e fitei seus olhos embaçados.
- Nem pense nisso! Eu é que não vou ficar aqui sozinho enquanto uma garota está presa no portal. – disse num tom meio que sarcástico.

O que?
- Então vamos ficar aqui, parados, de braços cruzados, enquanto uma amiga minha esté presa lá, provavelmente sem magia nenhuma e correndo perigo?
De repente tive uma idéia. Cheguei perto do portal e ele me segurou de novo.
- Não vou entrar!
Coloquei minha cabeça pra dentro do portal, e vi Maggie Em uma árvore tocando violão e cantando. E voltei.
- Ela está tocando violão. Pelo menos não sabe a gravidade da situação.
Sentei no chão.

O garoto ficou confuso, como uma garota sem seus poderes ficaria tão tranqüila depois de ter entrado em um portal que não se sabe nem como retornar do mesmo?
- Espero que nada lhe aconteça. Não sabemos como voltar nem o que nos aguarda depois desse portal. – disse meio nervoso – Precisamos de uma solução urgente. Tem alguma idéia de como salva-la?

Minha cabeça processou um plano.
- E se eu entrasse só com minha cabeça e meus braços e a puxasse de volta?
Comecei a correr para o portal, e pare na frente dele.
- Se eu cair, me segure antes que eu passe, ok?

O garoto não gostou muito da idéia, mas teve que concordar, afinal era o único jeito de salvar aquela garota.
- Estarei logo atrás de você, mas tome cuidado. – disse se aprontando em seu posto.

Me inclinei no portal, e chamei Maggie. Ela parou de tocar e olhou pra trás. Eu disse:
- Desce daí e segura a minha mão!
Ela segurou, e comecei a puxa-la. Ambas caímos pra trás, e choramos de felicidade.




CONGELA!

Ele então limitou-se a dar um pequeno sorriso. Olhou para as duas garotas que se encontravam aos choros em meio à sala.
- Acho melhor vocês contarem aquela outra garota, ela saiu daqui desesperada. Acho que gostaria de saber da notícia - disse virando-se e saindo em silêncio.

- Vamos! Ele tem razão! Vem! - Eu sorria entre lágrimas - Quem era a outra garota?
Segurei a mão dela e saí correndo.

Fui sendo levada por ela. Tinha medo desse colégio, mas agora tanto fazia. Eu estava tão feliz quanto ela.
Ela me levava ao dormitório feminino.

Passei pelo portal sem hesitar. Deixei uma corda passando entre as duas partes do portal. Amarrei uma parte na porta da sala, e a outra em uma árvore.

Logo que passei, cortei a corda e joguei do outro lado do portal. Saí correndo dalí, segurando meu violão. Fui para a piscina. Ficar longe da Terra. Esfriar a cabeça.

Cheguei no porta fungando um pouquinho. Logo que cheguei ali, encostei no portal.
MEU portal. Do MEU elemento. Que estava no MEU colar.
Eu queria matar quem fizera aquilo.
Não era isso que meu coração dizia. Era como se... Se algo dentro de mim quisesse falar comigo. Mas não pudesse. Como se estivesse em uma prisão.
Comecei a encostar as mãos nas plantas que cobriam a lateral do espelho. Parei de repente. O que eu fazia ali? Eu não era mais uma feiticeira. Não tinha mais direito de ficar ali. Aquele não era mais me lugar.
Quando meus pais me rejeitaram por eu ser feiticeira, tudo o que eu quis foi ser normal.
Agora tudo queria eram os meus poderes e a tranquilidade da terra.
Peguei meu violão e comecei a tocar Homeless heart, de Jennette McCurdy.

Sentei ali e comecei a tocar White Horse, de Taylor Swift.
Lágrimas escaparam de meus olhos, mas eu nem percebi.

Sorri para ela, limpei minhas lágrimas rapidamente e parei de tocar.
- Estou ótima... Esse lugar me deixa tranquila. - Passei minha mãos pelos entalhes do espelho. Queria que eles se movesse com o meu comando, mas isso já não ocorria mais.
Nunca mais ocorreria.